Edinho é eleito presidente com 73% dos votos no maior PED da história do PT
16 de julho de 2025 às 15:00:00

Mais de meio milhão de filiados foi às urnas em todo o Brasil; Edinho destaca partido forte, organizado e mobilizado nacionalmente
O ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, foi eleito presidente nacional do Partido dos Trabalhadores com 73,1% dos votos de filiadas e filiados em todo Brasil no PED (Processo de Eleição Direta) 2025, considerado o maior da história da legenda. De acordo com dados da Secretaria Nacional de Organização, 549.870 pessoas foram às urnas no dia 06 de julho e no último dia 13 (especificamente em Minas Gerais).
“Mais de meio milhão de filiados. Trata-se do maior PED da história do PT. Meus agradecimentos a toda a militância, a todas as chapas que participaram desse processo, às direções nacional, estaduais e municipais. Sem dúvida, um processo muito rico de debate interno do partido, demonstrando a organização e a força do PT nacionalmente. O balanço é extremamente positivo, num momento importante do PT e na vida política do Brasil”, disse Edinho durante coletiva à imprensa realizada nesta manhã (16) na sede do Diretório Nacional para apresentação do resultado final do PED 2025.
“É fato que estamos colhendo os resultados de um processo que não foi iniciado agora, mas sim, construído na última gestão do nosso partido. Sempre digo e reafirmo que a Gleisi Hoffmann foi a dirigente mais importante da história do PT pelas condições que conduziu nosso partido, num momento tão difícil. Bem como enalteço e registro a condução exemplar de Humberto Costa, após Gleisi assumir o Ministério de Relações Institucionais do governo Lula”, declarou Edinho.
O senador Humberto Costa, atual presidente do Diretório Nacional, destacou o avanço significativo em termos de participação dos filiados no PED 2025. “O PT é o único partido que faz essa consulta direta aos seus filiados para que eles possam escolher os dirigentes do partido em todos os níveis: nacional, estaduais e municipais. Esse foi o maior PED entre todos já realizados”, destacou. O PED 2009, o segundo maior realizado, levou 520.417 pessoas às urnas. Em 2019, foram 351.092 pessoas.
Ao abrir a coletiva, Humberto também enalteceu a vitória de Edinho. “O percentual de votos que o presidente eleito Edinho teve também dá a ele uma legitimidade grande para conduzir o nosso partido”, destacou. Edinho teve 378.009 votos (73,1%), o candidato Romênio Pereira obteve 58.845 (11,4%). Já o candidato Rui Falcão totalizou 57.750 votos (11,2%) e Valter Pomar 22.581 (4,4%).
Participaram a coletiva à imprensa além de Edinho e Humberto Costa, a secretária de Organização, Anne Moura e o secretário de Comunicação, Jilmar Tatto.
Brasil Soberano
Durante a coletiva à imprensa, o presidente eleito, Edinho Silva, voltou a destacar o momento da conjuntura brasileira e a importância de o PT estar forte e mobilizado em todo o país. Segundo ele, há uma ascensão do fascismo nas organizações políticas de diversos países da Europa, da América Latina e EUA e que, neste momento, todos estão vivenciando a expressão deste autoritarismo contra o Brasil. “Essa conjuntura vai exigir muito dos partidos que defendem a democracia. De todos aqueles que fazem a defesa intransigente da soberania do Brasil. Não podemos aceitar de forma alguma essa violência diplomática”, disse.
Trata-se, segundo ele, de um momento delicado que exige diálogo, bom senso e diplomacia. “Temos de fortalecer o nosso sentimento de país que defende a soberania, a nossa concepção de nação. O Brasil não é um puxadinho dos EUA. Somos uma nação e queremos ser respeitados como tal”, declarou.
Edinho enalteceu o posicionamento do presidente Lula frente aos ataques de Trump. “Lula tem se posicionado enquanto um líder que defende seu povo e seu país. Esperamos que a diplomacia prevaleça, que o bom senso prevaleça para que possamos superar esse momento de dificuldade. Precisamos fortalecer a concepção de formação de novas relações comerciais e econômicas, colocando na mesa os países que defendem a democracia para que a prática autoritária de Trump não seja normalizada”, disse.
Desafios do Brasil
Para além das questões internacionais, Edinho aponta os desafios que o Brasil deve enfrentar no próximo período como o debate da justiça tributária, colocado em pauta no país para o fim dos privilégios. “Também penso que com o PT forte e organizado, a gente consiga estabelecer uma agenda pro Brasil para enfrentar o debate sobre urgência climática, transição energética, sobre um modelo de segurança pública, a universalização da educação integral e da primeira infância. Também que a gente possa enfrentar o tema do financiamento do SUS (Sistema Único de Saúde). Temos tantos temas importantes e urgentes para o país. O PT precisa estar forte e organizado para enfrentar e o PED nos mostra isso. Um partido com capacidade de mobilização da sua militância”.
Por fim, Edinho reafirmou que o centro da tática é a reeleição do presidente Lula em 2026. “Vamos reafirmar o nosso projeto de país, dando continuidade à reconstrução do Brasil. Intensificarmos o debate sobre qual país que queremos construir, qual deixaremos para as futuras gerações”.
